Quando a fera fere e mata alguém
Só porque difere de gênero, tem
Algo enrustido, algo enrustido
Quando descrimina a pele de alguém
E não preza a mina de onde 'cê vem
Faz um ebó pra ele, um ebó pra ele
Ninguém solta a mão de ninguém
Olho no olho, gente por gente
Cuidar de cada um dentro de nós
Ninguém solta a mão de ninguém
Olho no olho, gente por gente
Cuidar de cada um dentro de nós
Quando acelera, atropela alguém
Envenena o ar e expõe seu desdém
Pega a bicicleta, pega a bicicleta
Se derruba a mata e atira em alguém
Que cuida da floresta como mais ninguém
Faz um rapé pra ele, um rapé pra ele
Ninguém solta a mão de ninguém
Olho no olho, gente por gente
Cuidar de cada um dentro de nós
Ninguém solta a mão de ninguém
Olho no olho, gente por gente
Cuidar de cada um dentro de nós
Se criminaliza o direito de alguém
De ter moradia e uma terra também
Movimenta ele, movimenta ele
Esse alguém sem nome sou eu e você
Se juntar não some, faz aparecer
Nome e sobrenome, nome e sobrenome
Ninguém solta a mão de ninguém
Olho no olho, gente por gente
Cuidar de cada um dentro de nós
Ninguém solta a mão de ninguém
Olho no olho, gente por gente
Cuidar de cada um dentro de nós